quarta-feira, 25 de março de 2015

POEMA SEM NOME - PAULO ZAMBONI

Autor: Paulo Valério Zamboni



Bem-te-vi na embauva
siriri, sanhaço e sabiá
saíra sete-cores, o bonito-lindo e os beija-flores,
banana, ingá, mimosa, goiaba vermelha,
brejaúva, espinho de tucum na mão,
correndo do vespeiro,
lambari e camarão,
de peneira na cachoeira,
milho verde e a mandioca na roça,
leite quente e o café torrado na hora,
lagartos, gambás e rãs,
nas valetas do sertão,
butuca, borrachudo,
e os bicho-de-pés descalços,
nas areias quentes
de ruas de conchas de sambaquis,
jacaré na praia brava,
e o mergulho na pedra do costão,
caipira o ano todo
não só no são joão,
capim gordura na beira da estrada
cobra d'agua, caninana e a jararaca,
subindo o morro gritando
igual ao fogo estralando,
descendo o morro correndo,
igual as aguas das tempestades,
quantas saudades!
futebol a tarde inteira
e a paquera no recreio.
quem te viu, quem te vê,
comendo canema,
Vede quem vem lá,
decerto que não me vê,
Égateeee! que: pequeno! é grande
E: pouco! é muito
minha juventude eu vivi
sou caiçara, não esqueci,
e a sua só começou.

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