quarta-feira, 25 de março de 2015

POEMA SEM NOME - PAULO ZAMBONI

Autor: Paulo Valério Zamboni



Bem-te-vi na embauva
siriri, sanhaço e sabiá
saíra sete-cores, o bonito-lindo e os beija-flores,
banana, ingá, mimosa, goiaba vermelha,
brejaúva, espinho de tucum na mão,
correndo do vespeiro,
lambari e camarão,
de peneira na cachoeira,
milho verde e a mandioca na roça,
leite quente e o café torrado na hora,
lagartos, gambás e rãs,
nas valetas do sertão,
butuca, borrachudo,
e os bicho-de-pés descalços,
nas areias quentes
de ruas de conchas de sambaquis,
jacaré na praia brava,
e o mergulho na pedra do costão,
caipira o ano todo
não só no são joão,
capim gordura na beira da estrada
cobra d'agua, caninana e a jararaca,
subindo o morro gritando
igual ao fogo estralando,
descendo o morro correndo,
igual as aguas das tempestades,
quantas saudades!
futebol a tarde inteira
e a paquera no recreio.
quem te viu, quem te vê,
comendo canema,
Vede quem vem lá,
decerto que não me vê,
Égateeee! que: pequeno! é grande
E: pouco! é muito
minha juventude eu vivi
sou caiçara, não esqueci,
e a sua só começou.

terça-feira, 24 de março de 2015

NOME DE GINÁSIO DE ESPORTES: QUEM FOI VICENTE LUIZ GURSKI

Vicente Gurski no dia do seu casamento com Níveia Carraro
Vicente Luiz Gurski nasceu no dia 18 de Agosto de 1954, em Matinhos-Pr. Filho de Antonio Gurski, natural de Curitiba e Clara Malinoski, natural de Pien-Pr, mas criada em Curitiba. O casal teve cinco filhos, Ícaro, Rosemari, Valeska, Regina e Vicente sendo o quinto filho. Vicente foi uma criança sempre um pouco doente, sua infância foi conturbada por uma anemia profunda que o levava a fazer transfusões de sangue, como relata a sua irmã Regina. Quando estava bem adorava estar em contato com a natureza, pescando, criando pássaros... O Curió era seu preferido.  Já adulto trabalhou em vários ramos e empresas como: a Sul Americana, Fotógrafo, SESC e Copel, tendo a profissão de Eletricista. Casou-se com Nívea Carraro em 26 de Setembro de 1991, o casal teve quatro filhos, Andrea, Rafaela, Ícaro e Erico. Vicente foi um pai e esposo sempre muito presente, exigente como educador dos filhos e muito carinhoso com todos. Adorava passar férias em um chalé na Ilha do Mel, ir ao cinema, passear no Parati, pescar na Baia de Guaratuba. Seus passeios eram sempre junto à família. Chegou a comprar uma “Van” para não abrir mão de estar junto dela, marcando muito a infância dos filhos. Muito participante na política, embora nunca tenha sido “candidato”, trabalhou com vários deles, pois quando acreditava, tomava partido pela causa, sem interesses, relatou sua esposa. Em 1993 abriu a loja Gurski Materiais Elétricos. Durante a sua vida profissional sempre foi uma pessoa bondosa e correta, sempre preocupado com o bem estar do próximo, colaborando desde uma simples carona a compra de remédios. Com brilho nos olhos e com grande orgulho, Dona Nívea Carraro Gusrki relatou que ele era especial, tinha muitos amigos, gostava de ajudar as pessoas e se preocupava muito com aquelas de baixo poder aquisitivo, tanto que quando trabalhava na Copel além de fazer a parte de eletricista procurava de todas a formas viabilizar materiais para quem não tinha condições, sempre insistindo e negociando com seus superiores. Foi muito religioso e participativo junto à comunidade, sendo até presidente da Comissão da Igreja Matriz São Pedro Apóstolo. Ajudou na reforma do telhado da igreja indo buscar, pessoalmente, no Mato Grosso, toda a madeira de lei e de boa qualidade. Por gostar da natureza, em 1994 comprou um terreno no bairro do Tabuleiro e construiu uma casa com madeira de lei vinda de Quedas do Iguaçu, hoje conhecido como Recanto das Bromélias. Neste local ele e esposa efetuaram o plantio de 3000 pés de palmito. Tanto o sobrado onde está localizada a Loja de Materiais Gurski quanto esta casa, fez questão de ele próprio construir, contratando apenas ajudante. Em 1996 começou sua luta contra o “câncer”. Foram muitas idas à Curitiba para quimioterapias e radioterapias. Para amenizar o tratamento e facilitar, dona Nívea aprendeu a dar injeções a fazer curativos, dedicando-se inteiramente ao seu Vicente, como relata a irmã dele, dona Regina Gurski. D.Nívea, neste tempo foi uma mulher de extremo valor, batalhadora, dedicada, largando tudo pela saúde e bem estar do esposo. Vicente Gurski veio a falecer em 30 de Março de 1999, logo após sua morte foi homenageado dando seu nome ao “Ginásio de Esportes Vicente Luiz Gurski”, situado a Avenida Juscelino Kubitscheck de Oliveira e que atualmente está sendo reformado.


quinta-feira, 19 de março de 2015

O MORRO DO ESCALVADO OU MORRO DA CRUZ


O Morro do Escalvado ou Morro da Cruz tem 262 metros de altura e está localizado próximo ao centro de Matinhos. Abrigou um teleférico que foi desativado em meados da década de 1990. Para chegar ao alto do Morro, de onde se tem uma ampla vista da orla marítima desde Guaratuba (à direita) até o balneário Praia de Leste, o principal caminho utilizado segue a antiga linha dos cabos do teleférico, que tem início no final da Rua Albano Muller, ou ainda pode se utilizar a antiga trilha pela Rua da Caixa D’Água. 


A trilha, ladeada por mata nativa, é muito íngreme e apresenta diversos pontos de erosão ao longo dos seus quinhentos e sessenta metros e está totalmente inserida no Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange. Seu traçado não foi preparado para a atividade de caminhada, o que aumenta o risco de quedas e pode tornar a subida cansativa. Parte da estrutura metálica do teleférico permanece no alto do Morro do Escalvado e recomenda-se não subir na mesma, para evitar acidentes.


Algumas curiosidades podem ser encontradas na subida como: as ferragens do antigo teleférico, a gruta que sempre abrigava uma imagem de Nossa Senhora, a vegetação diversificada... Até poder vislumbrar de imagens raras de Matinhos do alto do Morro. Ficou conhecido por Morro da Cruz por apresentar em seu cume, durante anos, uma cruz fixada por cristãos da Igreja Católica de Matinhos. 
Essa cruz era reposta cada vez que se deteriorava. A última foi feita em concreto com material levado em mutirão por um Grupo de Jovens nos anos 80. Os espelhos colocados nas pontas da cruz refletiam o sol, podendo ser vista de muito longe. Com a construção do teleférico essa cruz foi destruída. 



quarta-feira, 18 de março de 2015

ESSAS "COISAS" QUE O POVO DA PRAIA COME

MEXILHÃO:

Também conhecido popularmente em Matinhos por mexilão. Os mexilhões são animais sésseis que vivem nas zonas interditais, fixos pelo bisso às rochas costeiras. A sua concha é negra azulada, sem ornamentação a não ser as linhas de crescimento. A sua charneira é disodonte. Entre os predadores naturais do mexilhão encontra-se a estrela-do-mar. São usados com frequência como indicador de poluição marinha, devido à sua habilidade de filtração aquática como forma de obter nutrientes.
Tal como a ostra, o mexilhão tem a capacidade de produzir pérolas, algumas delas com grande valor no mercado. Os mexilhões fazem parte da dieta dos países europeus onde se encontram naturalmente. Em Portugal, a forma mais típica como os pescadores a consumiam era assada sobre brasas, sobre uma telha.


OSTRA:

O nome ostra é usado para um número de grupos diferentes de moluscos que crescem, em sua maioria, em águas marinhas ou relativamente salgadas. As ostras verdadeiras pertencem à ordem Ostreoida, família Ostreidae. As ostras têm um corpo mole, protegido dentro de uma concha altamente calcificada, fechada por fortes músculos adutores. As brânquias filtram o plâncton da água. A ostra tem uma forma curiosa de se defender. Quando um parasita invade seu corpo, ela libera uma substância chamada madrepérola, que se cristaliza sobre o invasor impedindo-o de se reproduzir. Depois de cerca de três anos esse material vira uma pérola. 


Sua forma depende do formato do invasor e sua cor varia de acordo com a saúde da ostra. Assim como alguns moluscos (polvo,  lula, mexilhão etc.), as ostras são usadas como alimento e muito apreciadas em todo o Litoral do Paraná. As pérolas das ostras também são bastante usadas em joias e enfeites.

TATUÍRA:


Emerita brasiliensis (Schimitt, 1935), conhecida pelos nomes comuns de tatuí ou tatuíra, é uma espécie de crustáceo decápode anomuro da família dos hipíde. Dificilmente.Dificilmente ultrapassam os quatro centímetros de comprimento, mas é possível o crescimento até sete centímetros, com carapaça castanho-amarelada. São encontrados enterrados na areia das praias do Brasil, a pouca profundidade. Têm coloração branca. São usados na culinária por conter um sabor parecido ao do camarão. Sua presença é um indicador da qualidade ambiental de uma praia: praias com um certo grau de poluição ou de presença humana não costumam mais apresentar tatuís.

MANINÍ:

Também conhecido como pegoava, conquilha, condelipa, moçambique... São moluscos bivalves bem adaptados às praias expostas a ondas e com fundo arenoso, sendo encontrados na zona intertidal (entre-marés). A forma em cunha da concha e o pé bem desenvolvido proporcionam alta mobilidade e agilidade ao se enterrarem. São utilizados como alimento por populações costeiras e, também, como isca para pesca. No Brasil tem sua distribuição entre o Espírito Santo e o Rio Grande do Sul, onde é muito comum, formando colônias com centenas de exemplares. A apanha do maniní já remonta há muitos anos. Atualmente, os veranistas adaptaram isto como um passatempo, um desporto, mais uma distração na praia. Para, além disso, o maniní é considerado como uma boa entrada para o almoço ou jantar.

CARAMUJO DA PEDRA: 



Também são conhecidos como: búzio, buzo, atapu, guatapi, itapu, utapu, vapuaçu, buzo-fêmea, buzo-macho, etc. A lista de denominações é imensa. Geralmente encontrado sob ou sobre as pedras junto ao mar. É fácil encontrá-los em locais onde existem os mexilhões. Lembrando um caracol, às vezes causa estranheza por muitos quando a questão é usá-los na culinária, mas como todo fruto do mar, é muito saboroso e geralmente usado como entrada para almoços e jantares

terça-feira, 17 de março de 2015

A TARRAFA

tarrafa, antes usada por muitos pescadores amadores em Matinhos, é uma rede de pesca circular com pequenos pesos distribuídos em torno de toda a circunferência da malha.  A tarrafa é arremessada geralmente com as mãos, de tal maneira que a mesma abra-se o máximo possível antes de cair na água. Ao entrar em contato com a água, a rede afunda imediatamente. Jogar uma tarrafa necessita de prática e técnica; para conseguir uma total abertura da rede, é preciso jogá-la de tal maneira que a mesma abra-se por completo no ar. É ainda necessário ter precisão ao jogá-la para que a mesma caia no local desejado, para que os peixes que estiverem entre o diâmetro da tarrafa fiquem presos. Em seguida, o pescador puxa a tarrafa e consequentemente a mesma diminui seu diâmetro, enroscando assim os peixes na malha, e em seguida, retira a rede da água. Esta técnica de pescaria vem sendo utilizada há milhares de anos, passando por diversas modificações. Atualmente as tarrafas possuem um raio que varia de 1,2 a 3,6 metros. Somente pessoas fortes em alguns casos conseguem puxar a rede, haja vista que a mesma pode estar cheia de peixes. Os pesos (chumbos) são distribuídos ao redor da rede (nas bordas da malha) e pesam em média 1,5 kg por metro.
 

Anexado à rede, no centro da mesma, encontra-se uma corda, cuja finalidade é puxá-la. Esta corda fica presa no punho do pescador, não o atrapalhando no momento de jogar a rede. Ao puxá-la, a circunferência vai diminuindo, e assim, os peixes vão ficando concentrados no meio da mesma. Junto aos pesos, ocorre uma dobra para o lado contrário da rede, que normalmente é chamada de "saco" é uma espécie de reservatório onde os peixes ficam quando o pescador puxa-a verticalmente. As tarrafas funcionam melhor em profundidades inferiores ao seu raio. Um dos grandes problemas ao jogar a tarrafa, encontra-se no fato de que a mesma facilmente enrosca-se em qualquer objeto submerso, como por exemplo, galhos, pedras ou tocos de árvores. Muitas vezes é necessário que o pescador adentre na água para desenrolá-la destes obstáculos, caso contrário, é muito provável que a malha arrebenta. A tarrafa pode ser jogada de um trapiche, uma beira de rio, na beira do mar, de dentro de uma embarcação miúda, ou em qualquer lugar onde seja possível arremessá-la.

Atualmente o seu uso é proibido em atividades amadoras, ou seja, a pesca com fins de lazer e desporto. Aqueles que, tradicionalmente, pescam para a subsistência própria ou de suas famílias podem continuar a utilizar a tarrafa. A proibição do uso de tarrafas em atividades de pesca amadora a partir da publicação da Portaria nº 30 deve-se ao fato de que esse apetrecho coleta peixes em maior quantidade e tamanhos impróprios. Além disso, não permite a sobrevivência do animal depois da captura. A Lei de Pesca define como amador aquele que pesca para se divertir ou como esporte em campeonatos devidamente regulamentados. Para isso, o pescador amador precisa estar devidamente licenciado pelo Ibama. Os pescadores profissionais são aqueles que pescam em grandes quantidades, geralmente destinadas ao comércio interno ou externo. Já os que pescam para sobreviver e comercializam o excedente de sua atividade, são considerados informalmente como “pescadores de subsistência”

sexta-feira, 13 de março de 2015

MAIS UM MISTÉRIO: O QUE ACONTECEU COM OS PRIMEIROS MORADORES DE MATINHOS?


Que eles existiram está comprovado pela grande quantidade de "sambaquis" encontrados. Sambaquis são enormes montanhas erguidas em terrenos, baías, praias ou na foz de grandes rios por povos que habitaram o litoral do Brasil na Pré-História. Eles são formados principalmente por cascas de moluscos - a própria origem tupi da palavra sambaqui significa "amontoado de conchas". Mas essas elevações também contêm ossos de mamíferos, equipamentos primitivos de pesca e até objetos de arte, num verdadeiro arquivo pré-histórico. Os arqueólogos calculam que existam milhares de sambaquis espalhados pela costa do país. Os mais antigos nasceram há cerca de 6 500 anos. Não se sabe ao certo o que levou nossos ancestrais a construírem essas curiosas montanhas. Durante muito tempo, pensou-se que elas eram formadas apenas por restos de alimentos, uma espécie de lata de lixo da pré-história. Mas uma investigação mais detalhada revelou que, além de vestígios de comida, havia muitos esqueletos nos sambaquis, levando especialistas a acreditarem que boa parte deles era também cemitério. O tamanho das elevações mostra ainda que os sambaquis serviam como monumentos para identificar o grupo que habitava uma determinada região. Estudando essas construções, os pesquisadores conseguem montar um retrato dos homens pré-históricos do litoral brasileiro. Os restos de peixes e moluscos indicam que eles eram pescadores e coletores. E, como certos sambaquis eram erguidos ao longo de mil anos, descobriu-se que a maioria dos grupos era sedentária e não nômade, como se pensava antes. Decifrar o destino dessas comunidades ainda é um desafio. Provavelmente, elas foram eliminadas ou se misturaram às culturas tupi-guaranis que avançaram do norte e do sul do país rumo ao litoral, por volta do início da era cristã. As incertezas continuam, em grande parte, porque muitos sambaquis foram destruídos ou estão em péssimo estado de conservação. Em Matinhos um sambaqui foi encontrado no terreno do S. Leopoldo Gomes, local hoje conhecido como o “contorno do morrinho”. O material coletado neste local encontra-se exposto em um museu coordenado pela UFPR, em Paranaguá.  Mas aqui fica mais um mistério: O que teria acontecido realmente com estas pessoas? Foram mortas? Acometidas por doença grave? Estaria sua descendência juntos aos povos indígenas do Litoral do Paraná?  

terça-feira, 10 de março de 2015

SERIA UMA RESPOSTA PARA O MISTÉRIO?

Após ler a matéria "MISTÉRIO NA PRAIA DO PICO DE MATINHOS" o Sr. Otávio Andreghetone, residente em Curitiba, entrou em contato com o Departamento de Cultura  para dar uma sugestão de explicação para a gravação na pedra da praia de Matinhos, no momento encoberta pela areia, mas que em outras épocas fica visível, conforme a maré. Segundo ele, o avô de sua esposa, Sr. Joaquim Crisanto, foi pescador em Matinhos com carteira expedida pela Capitania dos Portos com atuação de 1928 a 1944. Seu filho, Darci Isabel dos Santos, hoje com 94 anos encontra-se residindo na Casa de Repouso para Idosos no Conjunto Cohapar II. Para Otávio o Sr. Joaquim Crisanto, que também era fandangueiro, pode ter gravado suas iniciais na pedra e o ano em que estava. Ainda fica o mistério para o que se encontra acima do JC 1934. Seria uma citação bíblica? A hora em que ele se encontrava? Teria sido mesmo arte do Sr. Joaquim? Vamos aguardar outras explicações ou até mesmo a elucidação desse grande mistério das pedras de Matinhos... 

RECEITA DE PESCADOR: ENSOPADINHO DE MANDÍ COM PIRÃO

O MANDÍ:


A palavra mandi vem do tupi mãdi'i e é o nome dado a diversos peixes de couro da espéciepimelodus, como o mandi amarelo, o mandi chorão e o mandi tinga encontrados em importantes bacias hidrográficas do nordeste, do sul e do sudeste do Brasil, como a Bacia Amazônica, a do Araguaia-Tocantins, a do São Francisco, a da Prata, no litoral do Paraná é muito comum em rios de água escura como no Rio da Onça em Matinhos e fossos a beira da estrada Alexandra-Matinhos onde podem ser encontrados nadando próximos ao fundo. Primo menor dos grandes bagres como a pirara e o pintado, o mandi pode alcançar até 40 cm de comprimento e pesar até 3 Kg. Alimenta-se de tudo, é então onívoro, preferindo larvas de insetos, algas, moluscos, pequenos peixes e fragmentos de vegetais. Sua carne é clara e de sabor muito suave.


RECEITA
Facílimo | de 4 a 6 Porções | Uns 40 minutos

INGREDIENTES

·         2 ou 3 mandis de bom tamanho
·         4 tomates maduros, sem pele nem sementes, picados
·         2 colheres de (sopa) de óleo
·         2 dentes de alho amassados
·         2 cebolas picadas
·         1 punhado de alfavaca e cheiro verde picados
·         Suco de 1 limão
·         Sal a gosto
·         Farinha de mandioca artesanal

Dica: Quer deixar o negócio chique e mais irresistível ainda? Acrescente alguns camarões.

Você Vai Precisar
Duas panelas médias com tampa.
Um coador ou peneira.


PREPARO
 “Conserte” (limpe) os mandis e lave-os bem, por dentro e por fora. Tempere-os com o suco de limão, o sal e deixe tomar gosto por uma meia hora.

Importante: Como com qualquer bagre, tome cuidados com as esporas das nadadeiras dorsais e lombar do mandi na hora de limpá-los. Estas esporas tem um serrilhado invertido que é fácil de entrar e difícil de sai da pele, além de possuírem toxinas e bactérias que causam muita dor caso você se machuque com elas.

Corte os peixes em postas e reserve as cabeças para fazer o pirão.
Em uma panela aqueça o óleo e refogue a cebola e o alho. Junte os tomates picados, a alfavaca e o cheiro verde e refogue mais um pouco.
Importante: Retire um pouco deste refogado e reserve para usá-lo no cozimento das cabeças para o pirão. Preste atenção!
Quando os sabores do refogado forem liberados, coloque o peixe e misture com cuidado.
Quando o peixe estiver começando a embranquecer, acrescente um pouco de água, baixe o fogo, tampe a panela e deixe a coisa acontecer.
Enquanto o peixe cozinha, em outra panela coloque as cabeças com um pouco do refogado que você reservou anteriormente. Coloque água, acerte o sal e deixe cozinhar.
Bom, neste momento você tem duas panelas no fogo, então preste atenção:
1.  Verifique de tempos em tempos se o peixe já está cozido, estando tudo beleza, desligue o fogo e reserve.
2. Quando o cozido das cabeças do mandi fizer um caldo saboroso, desligue o fogo, acerte o sal, se você quiser acrescente aquela sua pimentinha e misture tudo. Coe o caldo e vá juntando farinha de mandioca aos poucos até dar ao pirão uma consistência mole e reserve.
Sirva o ensopadinho de mandi, com o pirão á parte, acompanhado de um arroz branco fresquinho e uma saladinha bacana.




segunda-feira, 9 de março de 2015

GRUPO DE TEATRO DE MATINHOS SE APRESENTA EM PARANAGUÁ

Foto: O TUBO
A Cia Maré Arte de Matinhos fez duas apresentações da peça ‘Agreste’ no Teatro Rachel Costa, em Paranaguá. Trata de um romance de amor e fé no agreste pernambucano e já foi premiada nas categorias de Melhor Espetáculo, Melhor Direção e Melhor Atriz Coadjuvante no V Festpar (Festival de Teatro de Paranaguá). O texto adaptado por Viviane Túlio conta a história do romance entre Etevaldo e Maria no agreste pernambucano. Os dois se apaixonam e vivem seu amor à distância, por meio de uma cerca. Após um tempo, Maria consegue abrir um buraco na cerca e foge com Etevaldo. Após 22 anos em nova morada, a história do casal é marcada por uma ruptura. Em um mundo de muita dor e comoção da comunidade acontece uma grande descoberta que desperta o lado mais brutal do ser humano. A Companhia de Teatro Maré Arte foi criada com o objetivo de trazer para a comunidade litorânea espetáculos profissionais produzidos em Matinhos, com alta qualidade artística visando o desenvolvimento da arte e da cultura local e tem alcançado seus objetivos com espetáculos realmente fascinantes trazendo orgulho a nossa cidade.  A Classificação indicativa desta peça, em particular, é de 14 anos.

Fica Técnica: Autor – Newton Moreno; Adaptação do texto - Viviane Túlio; Direção – Alador de Carvalho; Assistência de direção – Viviane Túlio; Figurino – Igor Soares; Cenografia – Viviane Túlio; Iluminação, criação e Operação – Valéria Gomes; Sonoplastia – Viviane Túlio e Alisson Santos; Vídeos: Lucas Dlop e Erick Gonçalves; Produção – Danilo Marcondes; Arte Gráfica – Igor Soares; Operação de som – Natália Vargas Lopes; Contra Regragem – Vinicius Eduardo Mesquita e Eduardo Machado. Viviane Túlio interpreta a Viúva; Igor Karuzo interpreta Etevaldo e padre; Letícia Valérie interpreta a narradora 1; Rafaela Caetano interpreta a narradora 2 e uma velha; Tainá reis é narradora e outra velha; Alaor de Carvalho interpreta o delegado. 

sexta-feira, 6 de março de 2015

NOME DO POSTO RODOVIÁRIO: QUEM FOI CESÁRIO AGOSTINHO DA SILVA

Filho de caboclos, Cezário Agostinho da Silva nasceu em Guaratuba  em 1932. Ele era o quarto filho, de uma família com oito irmãos. Em situação de extrema pobreza, viviam da pesca e moravam em um ranchinho feito de palha de sapé, de chão batido e camas improvisadas, confeccionadas com pedaços de galhos trazidos pela maré, cobertos por uma esteira, que servia de colchão.
Seu Cesário relatou certa vez que “naquele tempo era difícil de viver”, principalmente porque o mundo estava em plena Segunda Guerra Mundial. Sem comunicação, todos viviam com muito medo. Alguns chefes de família chegavam a dormir fora de casa, por temerem ataques noturnos.
Aos oito anos, Cesário ficou órfão de pai e a situação ficou ainda mais complicada. Nessa ocasião, seu irmão mais novo tinha apenas 23 dias. A vida continuou com muito esforço, com sua mãe e seus irmãos vivendo exclusivamente da pesca.

MATINHOS, A ESPERANÇA DE UMA VIDA MELHOR
Em 1946, com apenas 14 anos, Cesário veio para Matinhos. Em seguida vieram seus irmãos, sua mãe e seu padrasto. A princípio se hospedaram na residência de parentes. Meses após, passaram a morar em uma pequena casa de madeira, cedida por Máximo da Silva Ramos, que se tornou grande amigo da família.
Posteriormente, construíram um rancho na Prainha, onde continuaram a lida, vivendo da prática pesqueira. Seu Cesário sempre contava que no primeiro ano, a pesca foi ruim e deixando todos desanimados com o lugar. Mas em 1949 houve abundância de peixes e resolveram se fixar.
Durante todo o ano pescavam variedade de tipos de peixe. Entretanto, a época dos melhores negócios era no início do inverno, quando chegavam os cardumes de tainhas.
Sempre dedicado e trabalhador, Cesário não recusava serviços. Em 1953, trabalhou na construção da ponte da Prainha, obra que levou cerca de dois anos para ficar pronta.

A FAMÍLIA PASSOU POR DIFICULDADES
Aos 22 anos, Cesário conheceu Maria de Lourdes Gomes Silva. Ela tinha apenas 14 anos e o encontro aconteceu em um baile de carnaval, promovido pelos pais dela. Depois de algum tempo de namoro, o casamento realizou-se em março de 1955. O casal teve seis filhos: Maria Lúcia, Vanda, Marineide, Tânia, Nereu e Cézar.
Segundo relatos o casal atravessou um momento de muita tristeza, quando Cezário teve varíola e precisou ficar 30 dias deitado e enrolado em folhas de bananeiras. A febre era muito alta deixando seu corpo em carne viva. Já em Dona Maria as “bexigas pretas” se manifestaram em menor número. Mas como estava grávida de oito meses, a doença atingiu a criança, que nasceu morta. Na época só puderam contar com a ajuda dos amigos pescadores, que não deixaram sua família perecer.

MISSÃO: SALVA-VIDAS
No início de dezembro de 1959, Cesário foi chamado pela Secretaria do Interior e Justiça (atual Secretaria de Segurança Pública do Estado) para atuar como guarda-vidas. A indicação partiu de seus colegas que já exerciam o cargo, por ser pescador destemido, conhecedor do mar, ter porte físico e boa saúde. Nesta época, esses profissionais eram subordinados ao delegado da Polícia Civil.
Cesário atendeu prontamente ao convite, tornando-se o quarto guarda-vidas de Matinhos. Ele desempenhou a função com comprometimento e presteza durante 17 anos onde realizou inúmeros casos de salvamento. Como pescador enfrentava mar bravo. Mas como guarda-vidas o serviço também era perigoso. Contudo, no tempo em que exerceu a função, durante seus expedientes, não pereceu uma vida sequer. Sendo um triunfo que carregou para o resto de sua vida.
Em 1979, passou a atuar na Delegacia de Matinhos, como agente de segurança. Após dois anos, foi remanejado para a Secretaria de Educação e Cultura, passando a prestar serviços no Colégio Gabriel de Lara como inspetor e responsável pela manutenção da instituição.

AMOR PELA PESCA
Seu Cesário era exemplo nesta profissão de quem travou uma luta diária com o mar em busca do pescado. Como ele sempre dizia “Meu amor pela pesca começou desde que tinha apenas oito anos e precisava ajudar minha mãe”.
Ele contava com orgulho que foi contribuinte da Colônia dos Pescadores por aproximadamente 40 anos e relatava vários fatos do tempo em que era pescador profissional. Com embarcação a remo, saía cedo com seus colegas de profissão para alto-mar. Eles só voltavam após várias horas em busca do produto do seu trabalho. Usavam uma vela confeccionada com três mastros e uns 10 ou 12 sacos de farinha. Com o vento do oceano soprando em direção à praia, ficava mais fácil direcionar o barco para o lugar almejado, a necessidade da pressa se dava, principalmente, porque o pescado precisava ser vendido no dia, pois não havia refrigeração.
Outro acontecimento que marcou a vida de Cesário foi uma grande pesca realizada em 1968. No qual o cardume era tão grande que em uma só ‘redada’ capturaram quase sete mil tainhas. No final daquele dia, contaram um total de 8200 peixes.
São muitas as histórias que foram contadas por esse simpático pescador, amante do mar e dos serviços prestados à comunidade de Matinhos.

Religioso, remetia a Deus tudo o que conquistou. Como ele mesmo relatava emocionado, “Só tenho a agradecer às pessoas que fizeram e fazem parte da minha vida. Considero-me um homem rico, porque tenho uma família unida e muitos amigos que fazem minha vida feliz”. Seu Cesário Agostinho da Silva faleceu no dia 17 de Outubro de 2013 e está sepultado no Cemitério Municipal de Matinhos.

Colaboração: Jornal da ACIMA - Associação Comercial e Industrial de Matinhos
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