EXPRESSÕES MATINHENSES

Aqui é o espaço criado para as famosas "expressões matinhenses" e suas devidas definições. Muitas ainda são utilizadas até sem se saber o que significam, passadas através da herança cultural e crendices populares da antiga "Matinho", uma vila de pescadores que ficava entre Paranaguá e Guaratuba. Neste espaço você poderá dar sua contribuição com expressões que conhece e sabe também seus significados. É só enviar o texto para culturamts@gmail.com com "Expressões Matinhenses" como título. Após confirmação do termo, será publicado aqui com o seu nome. 



INDEZ: Era muito comum e até mesmo no tempos atuais ouvir alguém dizendo: "Pegue os ovos no ninho mas deixe o indez." Indez, nada mais é que um termo popular que designa um ovo que é deixado no ninho de uma ave, para que ela volte a pôr ovos naquele mesmo lugar. Alguns confundem com um ovo artificial usado para o mesmo fim, mas os mais tradicional é usar um natural mesmo. 
Contribuição: Delcio Ramos - Matinhos - Pr


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BUGIAR: Por muitas vezes ouvi minha avó me dizendo: "Vá bugiar, vá..." Depois de algum tempo fiquei curioso para saber o que significava o termo e descobri que antigamente chamavam qualquer macaco de "bugio", então bugiar significava: Fazer bugiarias. Fazer coisas desnecessárias, pois o "bugio ou macaco" tem o hábito de ficar sozinho num galho batendo os braços. Usava-se como forma de xingamento para dizer: "Vá procurar o que fazer ao invés de ficar incomodando." 
Contribuição: Delcio Ramos - Matinhos - Pr


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MEU CANECO!: Apesar de hoje em dia quase não se utilizar este utensílio, era comum nas antigas casas dos matinhenses o uso de um caneco de alumínio ou até mesmo lata pendurado num prego perto da torneira. Claro que seu objetivo era servir a todos da casa como copo para tomar água. Em algumas casa também se utilizava a concha para o mesmo fim. As crianças e adolescentes tinham em sua educação a proibição de falar "palavrões" e eram muito repreendidos se isso acontecesse. Em algum momento de espanto ao invés de utilizar esses palavrões, principalmente os que começavam com "ca", eles lembravam dos pais e ao invés do palavrão, emendavam qualquer coisa que começasse com a mesma sílaba, ficando então: "meu caaaa...neco!", o que signifava "nossa!", "meu Deus!"
Contibuição: Delcio Ramos - Matinhos - Pr.


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UUUUIA SEU...!!: Ainda vemos alguns moradores, dos mais antigos, passar por algum conhecido e de longe cumprimentá-lo: "Uuuuia seu...!!" Essa expressão é o resultado da mudança que sofreu popularmente de um xingamento para um cumprimento. Originalmente era usada na seguinte forma: "Olha, seu...!". Claro que completava-se com o adjetivo, não tão agradável, a quem se dirigia. Com o passar dos tempos, como uma forma de brincadeira ao cumprimentar alguém, passaram a usar a mensagem cortada, ou seja, sem o adjetivo, como se a ameaça de xingar fosse uma brincadeira para cumprimentar, e o "olha" substituído por "uia". Esta expressão era mais utilizada entre os homens.
Colaboração: Delcio Ramos - Matinhos - Pr.


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DECEEERTO!!A distinção é simples. Quando significa “com certeza”, “certamente”. Mas como era e ainda é muito comum a utilização da antífrase ou ironia entre os matinhenses usava-se o "deceeerto" para expressar "de forma alguma", "jamais"... O mesmo acontecia para outras expressões como "que bonito, não?" (feio), "ah que pequeno!" (grande), "ega! que feia!!" (bonita), todas em tom de espanto.
Colaboração: Delcio Ramos - Matinhos - Pr


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FLEXELETE: Termo utilizado pelos antigos moradores para "lanterna", que conduzia as pessoas pelas ruas e vielas, já que não havia iluminação pública (postes). Inicialmente usavam velas acesas no interior de uma lata ou o tradicional lampião, abastecido de querosene. Quando surgiram as modernas lanternas, para espanto dos moradores, vieram com o nome original americano "flaslight". Pela dificuldade na pronúncia do inglês, nossos matinhenses facilitaram a expressão para "flexelete". 
Colaboração: Delcio Ramos - Matinhos - Pr



FEUDAZUNHA: Esta expressão foi muita utilizada em outras regiões do Brasil e migrou para Matinhos, onde foi muito utilizada também como forma de xingamento. De toda a pesquisa feita o que foi encontrado de mais convincente foi também uma mudança gradativa da expressão "filho das unhas". Antigamente as "mulheres da vida" também eram conhecidas como "mulheres das unhas", pois usavam unhas compridas e pintadas com cores chamativas. É certo que a grande maioria usava a expressão sem sequer saber seu significado mas, ao que tudo indica, queria dizer "filho da mulher das unhas".
Colaboração; Delcio Ramos - Matinhos - Pr


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VEEEDE!!: Uma das expressões mais usadas em Matinhos entre os "nativos". Seu significado é o que diz realmente: "VEJA!", "OLHE!"... Porém, claro, com uma pitada de ironia ou até sarcasmo. Coisa de matinhense...
Colaboração: Fabrício Marques da Silva - Matinhos - Pr.


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MEU BONJE!: Era muito comum os Matinhenses irem à Festa do Bom Jesus na cidade de Iguape - São Paulo. Com isso, ao se espantar com algo, chamavam pelo santo: "Meu Bom Jesus de Iguape". Com o tempo é comum a cultura popular ir diminuindo a expressão, então passou somente para "Meu Bom Jesus!" e, consequentemente, o conhecido "Meu Bonje!"
Colaboração: Felipe Canetti - Matinhos - Pr


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IR AOS PÉS: Expressão popular muito utilizada pelos mais "antigos". Ainda hoje se ouve algumas pessoas usando este termo para dizer que vai "defecar", "evacuar". Há muitas teorias que explicam o termo, até literalmente, já que no passado as pessoas não dispunham de banheiros: Ir aos pés poderia ser "ir ao chão", ou seja, próximo aos seus próprios pés ou ir aos "pés de plantas, moitas", já que não havia outra opção. 
Colaboração: Danielle Laginski - Curitiba - Pr


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EEEEGAAA!: Sobre a origem, não foi encontrada nenhuma fonte ou pessoa que pudesse explicar este termo que significava nada mais do que um espanto por exageros. Na grande maioria das vezes estes exageros também eram evidenciados com "antífrase" ou "ironia", o que era comum entre os mais antigos. 
 "Eeeeegaa, não come naaada..." (Nossa! Você come muito!)

Colaboração: Delcio Ramos - Matinhos - Pr

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CHIPUTA: Era um hábito muito comum comer o pirão feito apenas de água quente e farinha de mandioca acompanhado de uma misturinha como peixe, charque assado, linguiça, salsicho... Alguns, por falta de tempo ou até para não ter que "acender o fogo", ao invés de usar a água quente acrescentavam a água fria mesmo. Para este prato caiçara chamavam "chiputa"

2 comentários:

  1. Facebook também é cultura, obrigado pelas informações importantes da nossa lingua portuguesa.Aprendi mais uma coisa, ""CHIPUTA""

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  2. Boa noite excelente materia,sou matinhense,uma das famílias mais antigas daq,eu falava tudo isso,so que o uia a gente falha ulha seu,e o ega,na verdade era égua,as outras eu lembrava minha falecida avó diva falando,parabens bom relembrar o passado de matinhos.

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