Uma capela diferente chama a atenção em
Matinhos, no Litoral do estado: um rio corre por dentro dela. A água vem de
cima da montanha, é canalizada para chegar até a igrejinha, passa por uma
cascata artificial que cai atrás do altar, segue por todo o centro da capela,
entre os bancos, e desemboca na parte de fora, onde se une a outro rio. A água
é corrente e produz um efeito visual interessante, com seus reflexos e barulho
característicos.
“Deus está na natureza”, diz o Padre Emerson
de Azevedo, que teve a ideia de construir a capela baseado em uma passagem da
Bíblia, que fala sobre um templo com água correndo debaixo da soleira. Ele
contou seu plano para engenheiros e trabalhou junto para que o projeto ficasse
idêntico à sua visão. Deu certo. “A água também significa purificação,
renovação”, explica.
A capela faz parte do Centro de
Terapia Copiosa Redenção, voltada ao tratamento de dependentes de drogas e
álcool, localizada na estrada PR-508. Quando foi transferido ao local, em 1999,
Padre Emerson conta que se deparou com um terreno grande e com apenas uma casa
de dois cômodos. Com o tempo, ele e os meninos internados transformaram o
local. Além da capela, há a chamada “via-sacra ecológica”, uma trilha em meio à
natureza com 14 estações simbolizando a paixão de Cristo, a gruta de São Miguel
Arcanjo e um grande salão para missas e retiros.
Tudo foi construído por Padre Emerson e
os meninos internados. A metodologia do local é usar o trabalho como terapia.
Os cerca de 20 rapazes em tratamento são incentivados a ocupar e mente e as
mãos com as construções, produção de artesanato, materiais de limpeza, velas,
decks de madeira e tijolos ecológicos, além de cuidar de um galinheiro e da
propriedade.
“Sempre recomendo aos
meninos que, quando estiverem tristes, é bom ir para a natureza, contemplar,
meditar. Sempre funciona”, conta o padre. Segundo ele, 70% dos internados
concluem o tratamento de cinco meses.
Fonte: Gazeta do Povo
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