Desde seu inicio a Igreja guardou com
grande amor e veneração o mandato do Senhor de partir o pão para perpetuar sua
memória.A Eucaristia ou "Fração do Pão", conforme os primeiros
cristãos denominavam a Missa, sempre foi o fundamento da fé da Igreja,
motivo de unidade e vínculo de comunhão entre os fiéis. O Pão repartido não só
gera a comunhão, mas também torna presente, de modo verdadeiro, o Corpo e
o Sangue de Cristo nas espécies do pão e do vinho. Na Eucaristia, após a pronúncia
das palavras consecratórias acontece a transubstanciação do pão e do vinho.
Chamamos de transubstanciação porque o que muda é a substância, a essência do
pão e do vinho e não da forma. Se a forma fosse alterada chamaríamos de
transformação. A esse milagre visível apenas aos olhos da fé a Igreja devota
sua vida e sua missão, pois nas espécies do pão e vinho consagrados durante a
Missa encontram-se o verdadeiro Corpo e Sangue do Senhor, tesouro inestimável
da Igreja, razão da sua alegria e causa da sua esperança capaz
de participar da vida futura. Sendo a Eucaristia o tesouro da
Igreja, ela sempre conservou as espécies consagradas mesmo depois da Missa com
carinho e devoção guardando com muito zelo e cuidado a Divina Reserva
Eucarística em lugar apropriado.
O sacrário, antes de qualquer outra realidade
deve ser um cofre seguro, capaz de evitar a profanação. Também deve ser digno e
belo, capaz de indicar a realidade nele guardada. No sacrário da igreja de Matinhos
isso foi salvaguardado. Trabalhado em ferro, oferece a segurança devida ao
tesouro nele guardado, e ornamentado com pedras e pastilhas diversas, formando
mosaicos multicoloridos indica que a comunidade cristã é formada por talentos e
personalidades diversas. Cada pedra em tamanho e cor diferentes possui seu
lugar, se faz necessária. Faltando uma qualquer, o espaço fica vazio. Na Igreja
também é assim. Todos nós temos nosso lugar que é em torno ao Corpo de Cristo,
unidos a Ele. As três cruzes que sustentam as lâmpadas perpétuas recordam a
Trindade Santa, presente junto à Pessoa de Jesus no Santíssimo Sacramento,
e que é fonte de Luz e santificação para o mundo. Através da Cruz a salvação
chega até nós. Por isso, a porta do sacrário ostenta uma cruz feita de ferro e
de pequenas pedras, representando que na solidez da presença de Cristo que
"rege o mundo com cetro de ferro", somos edificados em comunidade,
como família de Deus.
SOBRE O ARTISTA:
Paulo Rogério Biscaia é natural de Ponta Grossa, Paraná. Formado em teologia pela PUC/PR é também artista plástico. Nos últimos anos tem buscado aperfeiçoar as técnicas de mosaico no vidro e executa também painéis com pintura sacra em várias igrejas. O estilo da pintura neo bizantino valoriza mais os símbolos do que a anatomia, por isso mesmo, este modo de expressar as realidades relacionadas ao Sagrado são muito apreciadas nas igrejas do Oriente mas também bastante difundidas em nosso país. Na igreja de Matinhos elas cobrem grande parte das paredes na parte posterior da nave da igreja.Paulo Biscaia foi monge beneditino, e durante a vida monástica teve a oportunidade de conhecer, aprender e desenvolver a arte sacra e fazer dela um meio para expressar as realidades religiosas do povo fiel.
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