A “Vila de Pescadores” eram núcleos de pescadores,
agricultores e posseiros que foram se formando na região litorânea ao norte do
Município de Guaratuba. Moravam próximos à praia e nela construíam os ranchos
para guardar as canoas e os apetrechos de pesca. A cunhagem da canoa, como é
conhecida a arte de fazer embarcações de um pau só, ainda pode ser encontrada
na região. A tradição, passada de geração a geração de pescadores ensina que as
árvores utilizadas são: guapuruvu, figueira parda, figueira limão, jequitibá,
ingá e cedro. As casas eram de pau-a-pique, barreadas em mutirão, cobertas de
sapé ou de telhas. O chão sempre de terra batida e varrido com vassoura de
cipó. As tarimbas (estrados de bambu) das camas eram forradas com esteiras
grossas feitas artesanalmente de taboa trançada. Alguns caiçaras usavam fogão a
lenha; muitos cozinhavam em tacurubas, conjunto de três pedras no chão onde se
equilibrava a panela. A água utilizada para os serviços domésticos era trazida
em potes ou latas, de fontes ou de rios. Em volta das casas havia pomar de
frutas e horta.
Nos sertões, ficava a roça onde plantavam os alimentos
necessários para o consumo, entre eles a mandioca da qual se fazia a farinha.O
processo para a produção da farinha constituía-se em: colher a mandioca, raspar,
lavar, ralar, prensar, peneirar, fornear e ensacar. A pesca era farta e para
conservar o pescado era preciso “escalar” (fazer cortes), salgar e colocar para
secar ao sol. A alimentação diária era peixe com banana verde e pirão de
farinha de mandioca.Os medicamentos eram preparador com ervas plantadas pelos
próprios caiçaras, grandes conhecedores dos efeitos curativos delas.
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