sexta-feira, 13 de setembro de 2013

HISTÓRIA DE MATINHOS: A VILA DOS PESCADORES

A “Vila de Pescadores” eram núcleos de pescadores, agricultores e posseiros que foram se formando na região litorânea ao norte do Município de Guaratuba. Moravam próximos à praia e nela construíam os ranchos para guardar as canoas e os apetrechos de pesca. A cunhagem da canoa, como é conhecida a arte de fazer embarcações de um pau só, ainda pode ser encontrada na região. A tradição, passada de geração a geração de pescadores ensina que as árvores utilizadas são: guapuruvu, figueira parda, figueira limão, jequitibá, ingá e cedro. As casas eram de pau-a-pique, barreadas em mutirão, cobertas de sapé ou de telhas. O chão sempre de terra batida e varrido com vassoura de cipó. As tarimbas (estrados de bambu) das camas eram forradas com esteiras grossas feitas artesanalmente de taboa trançada. Alguns caiçaras usavam fogão a lenha; muitos cozinhavam em tacurubas, conjunto de três pedras no chão onde se equilibrava a panela. A água utilizada para os serviços domésticos era trazida em potes ou latas, de fontes ou de rios. Em volta das casas havia pomar de frutas e horta. 


Nos sertões, ficava a roça onde plantavam os alimentos necessários para o consumo, entre eles a mandioca da qual se fazia a farinha.O processo para a produção da farinha constituía-se em: colher a mandioca, raspar, lavar, ralar, prensar, peneirar, fornear e ensacar. A pesca era farta e para conservar o pescado era preciso “escalar” (fazer cortes), salgar e colocar para secar ao sol. A alimentação diária era peixe com banana verde e pirão de farinha de mandioca.Os medicamentos eram preparador com ervas plantadas pelos próprios caiçaras, grandes conhecedores dos efeitos curativos delas.

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