Na vida cultural brasileira,
as danças de roda possuem presença marcante, com tradições ancestrais marcadas
pela mistura e hibridismo de influências indígenas, afro-brasileiras e
europeias. Há incontáveis expressões consideradas populares e/ou folclóricas brasileiras
em que as danças de roda estão presentes, de norte a sul do país, sendo que
desde a infância as crianças aprendem sobre cirandas como brincadeira e como
prática cultural, dentro e fora da escola. No Brasil, existem artistas e
pesquisadores que mesclam o movimento das Danças Circulares com investigações e
criações que dialogam com as culturas e danças brasileiras, estudando sua
história, fazendo releituras, inventando novos passos e coreografias,
divulgando nossas músicas, danças e artes em geral. Assim, as Danças Circulares
(também conhecidas como Danças Circulares Sagradas ou ainda Danças dos Povos)
têm se espalhado por parques, praças, escolas, centros culturais, por
iniciativa de grupos independentes e também de inúmeras instituições públicas e
privadas. Seus objetivos são reunir pessoas para vivenciar em conjunto
experiências em que a multiplicidade de músicas e danças de diversas partes do
mundo e de vários gêneros musicais apresentam possibilidades afetivas,
subjetivas e educativas de construção de uma cultura da paz, na qual os corpos
em movimento se tocam e se confraternizam, repensando e reposicionando
formas de sociabilidades e de práticas culturais na contemporaneidade.
As
Danças Circulares são conduzidas ou focalizadas por uma pessoa chamada de
focalizador/a, geralmente alguém que estudou ou adquiriu alguma formação em um
grupo de convívio regular ou ainda em cursos livres ou profissionais sobre essa
prática, abordada como parte da história da dança e das artes. O papel de
focalizador/a é o de ajudar as pessoas a interagir, a conviver em grupo, a
vivenciar as danças numa roda ou círculo, explicando sobre os sentidos das
músicas e coreografias escolhidas, ensinando alguns passos que serão dançados
coletivamente, assim como acerca da história e da filosofia da dança e das
Danças Circulares em particular. Nas Danças Circulares o que importa é que o
grupo vivencie as danças, sejam estas meditativas, folclóricas e/ou
contemporâneas, respeitando a forma como cada um coloca seu corpo em movimento e
em diálogo com a presença das outras pessoas, buscando uma experiência de
integração, em que emerge uma prática coletiva na qual as individualidades
também têm seu espaço e seu papel. Algumas pessoas encontram nas Danças
Circulares mais do que a possibilidade de aprender sobre uma arte, sobre outras
culturas ou apenas para movimentar o corpo, pois podem conquistar igualmente
uma experiência de autoconhecimento, de libertação, de solidariedade e, para
alguns, até mesmo de outras expressões de amizade, de amor, de espiritualidade,
todas essas expressões complexas e indizíveis de sociabilidade humana. A Dança
circular acontece todas as Segundas e Quartas-Feiras às 09:00 Horas na Casa da
Cultura de Matinhos.
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