No
último dia 17 o diretor do Departamento de Cultura, Prof. Delcio Ramos,
executou palestras sobre a responsabilidade dos pais na educação de seus filhos
no CMEI Bolinha de Neve, a convite da Diretora Eliane Prates
O Dia
da Família na Escola foi instituído oficialmente pelo Ministério da Educação e
Cultura (MEC). Este dia será realizado oficialmente duas vezes ao ano, como
estratégia de reforço à importante presença da família na escola. Elas irão
discutir o rendimento escolar do filho e a própria administração escolar.
Trata-se de um instrumento simbólico que tem a finalidade de aproximar a comunidade
da escola, integrando-as.
As
escolas foram orientadas de como organizar esse dia. As sugestões oficiais
falam em atividades de visita por um período de três horas, com a proposição de
se planejar um momento em que pais e professores meditem a escola de ontem, a
escola de hoje, contando passagens de suas vidas de estudantes, como eram, como
se sentiam enquanto alunos e que lembranças trazem da escola.
O Dia Nacional da Família na Escola não é uma ação
isolada; faz parte de um conjunto de atos previstos no próprio Regimento
Escolar, quando fala, especialmente, do Conselho de Escola, sua instância maior
de decisões, em que a presença de pais é obrigatória, ou a Associação de Pais e
Mestres.
Encontros da escola com a comunidade facilitam o
conhecimento do bairro, das comunidades de base, pastorais ou sociais, das
ONGs, das entidades cívicas. Esses encontros propiciam uma atualizada
orientação pedagógica, que encaminha a aprendizagem para uma contextualização
do currículo, a uma filosofia da educação que pede o desenvolvimento integral
do aluno, o conhecimento de sua realidade de vida, de seu cotidiano, de seu
ambiente familiar e social, de seus desejos e aspirações.
A presença dos pais na escola, além de colaborar com os
múltiplos aspectos escolares, inclusive o disciplinar, é uma valiosa ferramenta
para o professor se achegar ao aluno, conhecê-lo bem, compreendê-lo, ajustar o
processo pedagógico, fazer com que a aprendizagem se torne concreta.
A escola deve se preparar convenientemente para esse dia,
passar à comunidade, aos pais, a necessidade de luta conjunta, de apoio mútuo,
de união, para que possam vencer as barreiras e trazer benefício aos alunos.
Compete à escola mostrar aos pais, muitas vezes sem nenhuma escolaridade ou com
escolaridade mínima, a importância hoje do saber. A colocação no mercado de
trabalho está diretamente relacionada aos anos de escolaridade, à competência
profissional. Estamos na era do conhecimento, por isso, não basta ao aluno
freqüentar a escola; é preciso se dedicar, estudar, aprender, e, nesse
particular, os pais podem ajudar e muito.
Essa é uma oportunidade a mais para a escola explicar aos
pais seus objetivos educacionais, os seus métodos de ensino, inteirá-los do
processo ensino-aprendizagem adotado. Ocasião propícia para se redimir de
procedimentos anteriores, quando só se chamavam os pais para fazer-lhes
observações negativas a respeito do filho, do mau aproveitamento ou do mau
comportamento.
Em muitos de meus artigos tenho frisado a importância da
presença dos pais na escola, no fortalecimento dos objetivos escolares que essa
presença traz. Quando pais e mestres se encontram, quando firmam,
conjuntamente, compromisso com o sucesso, o resultado é auspicioso. Devem,
pois, manter um relacionamento contínuo, ao longo do ano, em ações cotidianas,
respeitando a realidade da família e da escola.
Vivemos um momento social difícil, conturbado, e isso
reflete, direta ou indiretamente, na sala de aula, na vida escolar. O perfil da
família está mudando, lares desfeitos, só com o pai ou, mais freqüentemente, só
com a mãe, gerando conflitos, repercutindo no comportamento dos filhos.
Conhecer a realidade familiar é fator relevante na superação das dificuldades
apresentadas pelos alunos. A aproximação com os problemas do bairro, com os
problemas da família, não isola a escola, não faz dela uma entidade abstrata,
alienadora, mas, sim, real, capaz de construir, de interferir, de oferecer um
ambiente de paz, de altruísmo, de combate à violência.
Recente pesquisa do IBGE comprovou que a violência é a
principal causa de morte de jovens no Brasil e nós sabemos que esta violência
vem se infiltrando cada vez mais nas escolas. Por essa e por tantas outras
razões, a escola necessita estar afinada à realidade que a cerca, buscando a
colaboração da família.
Através de avaliações oficiais, do Sistema
de Avaliação da Educação Básica (Saeb), constatou-se
que em localidades pobres, de baixa renda, em que os pais freqüentam a escola,
em que pais e professores se conhecem, dialogam, o rendimento escolar é melhor,
as notas dos alunos são superiores a de outras escolas, em
situações socioeconômicas semelhantes.
A escola só alcança sua verdadeira identidade, uma
aprendizagem efetiva, quando se insere em seu meio social, quando abre espaço
para uma crescente integração escola-comunidade, escola-família.
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