JORGE MANOEL CRISANTO nasceu em Matinhos no dia 14 de Setembro de
1926, cidade onde morou por toda sua vida. Filho de Manoel Crisanto Ramos e
Amélia do Rosário, também nascidos em Matinhos. Foi casado com Maria Alves Crisanto e tiveram
11 filhos, Fernando, Ico e Ana (falecidos), Bertolino, Leonor, Maria,
Virgulino, Jorge, Madalena, Claudelino e Fabrício. Trabalhou muito como pescador, operário do
D.E.R., comerciante de palmito e de madeira (caxeta). Cultivava pequenas roças
no local onde hoje se encontra o “Parque Rio da Onça”. Por curiosidade o rio
que deu o nome a este parque foi nominado pelo Seu Jorge que, ao buscar água
para suas roças junto ao seu pai e irmãos avistavam, frequentemente, uma “onça
parda suçuarana”. Essas trilhas para
chegar às roças e ao rio permanecem até hoje dentro do Parque e segundo a
família não são lembradas como obra do Seu Jorge. Foi católico fervoroso e
fundou, junto aos pais e irmãos, a Igreja do Bom Jesus da Palmeirinha, antes
muito festejado no dia 06 de Agosto, até com feriado municipal. Dentre suas atividades também se destacou como artesão confeccionando balaios, cestos, covos e chapéus de cipó e taquara.
Também fazia gamelas, pilão, remos, utensílio de cozinhas com as madeiras
caxeta, maçaranduba, canela e capiúba. Foi um grande contador de histórias, dentre
elas a de um grito muito alto, parecido com uivo, que vinha da mata próxima ao
rio e que assustava a todos que ouviam. Atualmente alguns de sua família dizem
ouvir o mesmo grito cada vez que algum “parente” está doente ou para anunciar
alguma morte. Seu Jorge também foi conhecido como “curador”, utilizando ervas e
benzimentos, arte continuada pelos filhos Fabrício e Beto. Uma das história de
Jorge Crisanto foi a de que um dia foi caçar pássaro e pequenos animais e
se deparou com uma anta. Neste momento ele se encontrava apenas com chumbo fino
na espingarda “pica-pau”, então misturou fruto maduro de palmito pela boca da
arma a atirou, mas a anta não morreu e fugiu. Passado uns 18 anos, quando Seu
Jorge mais uma vez se encontrava em suas caças, deparou-se com uma grande moita que corria de um lado para o outro. No começo levou um grande susto,
mas, com cuidado conseguiu constatar que nada mais era que a mesma anta que
antes havia acertado e que tinham em seu “couro” vários palmitos brotados. E
jurava que era verdade... Seu filho Fabrício ainda tem guardadas várias orações
escritas “a punho” pelo seu pai. Algumas muito bonitas e outras consideradas
estranhas pelos filhos por ele nunca ter permitido que lessem. Até hoje estas
orações permanecem fechadas pelo seu filho que não se atreve a lê-las. Jorge
Manoel Crisanto morreu no dia 21 de Maio de 1999.
Nenhum comentário:
Postar um comentário