quinta-feira, 23 de maio de 2013

CONCURSO DE CONTOS LEVA NOME DE "JORGE CRISANTO". MAS QUEM FOI ELE?



JORGE MANOEL CRISANTO nasceu em Matinhos no dia 14 de Setembro de 1926, cidade onde morou por toda sua vida. Filho de Manoel Crisanto Ramos e Amélia do Rosário, também nascidos em Matinhos.  Foi casado com Maria Alves Crisanto e tiveram 11 filhos, Fernando, Ico e Ana (falecidos), Bertolino, Leonor, Maria, Virgulino, Jorge, Madalena, Claudelino e Fabrício.  Trabalhou muito como pescador, operário do D.E.R., comerciante de palmito e de madeira (caxeta). Cultivava pequenas roças no local onde hoje se encontra o “Parque Rio da Onça”. Por curiosidade o rio que deu o nome a este parque foi nominado pelo Seu Jorge que, ao buscar água para suas roças junto ao seu pai e irmãos avistavam, frequentemente, uma “onça parda suçuarana”.  Essas trilhas para chegar às roças e ao rio permanecem até hoje dentro do Parque e segundo a família não são lembradas como obra do Seu Jorge. Foi católico fervoroso e fundou, junto aos pais e irmãos, a Igreja do Bom Jesus da Palmeirinha, antes muito festejado no dia 06 de Agosto, até com feriado municipal.  Dentre suas atividades também se destacou como artesão confeccionando balaios, cestos, covos e chapéus de cipó e taquara. Também fazia gamelas, pilão, remos, utensílio de cozinhas com as madeiras caxeta, maçaranduba, canela e capiúba.   Foi um grande contador de histórias, dentre elas a de um grito muito alto, parecido com uivo, que vinha da mata próxima ao rio e que assustava a todos que ouviam. Atualmente alguns de sua família dizem ouvir o mesmo grito cada vez que algum “parente” está doente ou para anunciar alguma morte. Seu Jorge também foi conhecido como “curador”, utilizando ervas e benzimentos, arte continuada pelos filhos Fabrício e Beto. Uma das história de Jorge Crisanto  foi a de que  um dia foi caçar pássaro e pequenos animais e se deparou com uma anta. Neste momento ele se encontrava apenas com chumbo fino na espingarda “pica-pau”, então misturou fruto maduro de palmito pela boca da arma a atirou, mas a anta não morreu e fugiu. Passado uns 18 anos, quando Seu Jorge mais uma vez se encontrava em suas caças, deparou-se com uma grande moita que corria de um lado para o outro. No começo levou um grande susto, mas, com cuidado conseguiu constatar que nada mais era que a mesma anta que antes havia acertado e que tinham em seu “couro” vários palmitos brotados. E jurava que era verdade... Seu filho Fabrício ainda tem guardadas várias orações escritas “a punho” pelo seu pai. Algumas muito bonitas e outras consideradas estranhas pelos filhos por ele nunca ter permitido que lessem. Até hoje estas orações permanecem fechadas pelo seu filho que não se atreve a lê-las. Jorge Manoel Crisanto morreu no dia 21 de Maio de 1999. 


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