quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Quem foi François Rios.


Francisco Carlos Barbosa era conhecido artisticamente como François Rios. Natural da cidade paranaense de Boa Esperança, chegou a Paranaguá em 1986 em busca de alternativa de trabalho. Envolveu-se com as artes cênicas e criou laços de amizade e trabalho com artistas de todo litoral que se fortaleceram ao longo dos últimos 20 anos. Em 1994, passou a integrar o quadro da Marinha Mercante Brasileira, e entre uma viagem e outra sempre encontrou tempo para desenvolver sua maior paixão, o teatro. Foram duas décadas de trabalhos desenvolvidos no litoral. Por duas vezes foi eleito presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos do Litoral (Sinated), entidade fundada por ele, sendo presidente nos triênios (2000/ 2003) e (2007/2009). François conseguiu realizar um dos seus maiores sonhos: legalizar o Sinated tornando-o uma entidade reconhecida. François sempre foi conhecido por ser polêmico e por lutar por um ideal, na tentativa de oferecer uma vida profissional mais digna aos artistas cênicos. Em reportagem para a Folha do Litoral em 2009 ele destacou: “Gosto das coisas certas e não posso aceitar a classe artística vivendo com o pires na mão. Precisamos dignificar o trabalho do artista e fomentar o poder público municipal na abertura de novas frentes”. Este idealismo de François em torno das artes iniciou paulatinamente, à medida que crescia o envolvimento com as causas culturais em Paranaguá, desde 1995. Naquele ano, além de se profissionalizar como ator, iniciou sua atuação em peças teatrais. Dentre as quais se destaca “Traições Imaginárias”, dirigida por Jorge Borba, que ficou em cartaz de 95 a 96. Na mesma época atuou em “O Mundo Sentidos”, de Irajá Pereira dos Santos. Atuou em Três espetáculos da “Paixão de Cristo”, sendo a mais recente em 2010 (Via Sacra). François dirigiu o espetáculo “Dois Perdidos numa noite suja”, de Plínio Marcos que tem sido até hoje a peça que mais tempo ficou em cartaz, percorrendo inúmeras cidades paranaenses, sendo assistida por quase 10 mil pessoas. Também participou de várias oficinas de aperfeiçoamento. Coordenou e produziu o Festival de Teatro Litoral em Cena em 1996. Ainda na década de 90 mobilizou os artistas através do movimento “SOS Cultura”, que reuniu representantes da área musical, artes plásticas e o teatro, exigindo ações na área cultural. Na mesma época, aproveitando o momento propício de união da classe, fundou a Associação de Artistas e Técnicos em Espetáculos (Amarte) quando François se engajou de forma definitiva na luta pela política cultural da região, em especial, as artes cênicas. Faleceu na tarde de quarta-feira, 9, no Rio de Janeiro. A viagem seria apenas para dar baixa no contrato encerrado com a empresa marítima a qual ele era empregado temporariamente como taifeiro (cozinheiro) de um rebocador. Faleceu de causas naturais deixando uma lacuna na vida cultural de Paranaguá    Fonte : Christian Bartboza

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